sábado, 19 de maio de 2012

Criando asas

Sabia que os olhos dela são como olhos de anjo? Eu não conheço olhos de anjo, mas um dia vi um em um sonho, melhor dizendo, uma. A noite passou tão depressa que eu nem ao menos pude aproveitar tal deleite. Nos meus sonhos os anjos tinham sexo sim. Eu sei que tinham. Por favor, não pense que sou tarada ou depravada. Eu só amo mulheres mais que homens. Mulheres que são para mim exemplo de sexualidade e beleza incomparáveis. São como a junção da lua e do sol num dia quente, primeiro o dia vira noite, mas depois o sol aparece incendiando as almas das pessoas desprotegidas. Sem carinhos. Amáveis. Elas ainda não sabem disso. O dia está quieto, a rua calou-se hoje e o copo de vinho a minha frente sustenta os devaneios da mente confusa, e volto a lembrar dos sonhos. Vi o anjo de novo, branco, e de repente estávamos nuas. A pele solta à luz. O sol atravessando as cortinas, e nós ali, paradas. Apenas nos olhando. As asas caíram e um brilho ofuscante pairou no ar
As felicitações são constantes, perdemo-nos nos corpos uma da outra, nos entregamos pela segunda vez. Mais uma vez afirmo. Anjos tem sexo. Após as esculturais formas se entregarem a mim de forma tão distinta. Ela vestiu suas asas, não como se veste uma roupa, era diferente. Voltou aos céus. Meu amor me tirou do transe. O amor é a verdade e a mentira presente em nossas vidas. É o entremeio. Volúpias no anoitecer introduziram meu terceiro encontro com o anjo. Flores na janela.

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