quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Aclamação

Ó, luz eterna
o brilho que exaspera a alma
o homem que é deus expulso
o divino em mim.
Ó, luz eterna
que me rega com esperança
com seu amor da sua forma
com sua luz que me guia
e me transforma.
Ó luz, que tu me deixes melhor
que me ajude, e que essa seja
a minha oração, e a minha elegia.
Ilumina-me, e peço, ilumina-me
não me esquece,
ó, luz eterna, brilha sobre mim
a tua aura, o teu poder.
Pois só tu podes
realmente me trazer a verdade da vida.

domingo, 8 de setembro de 2013

Carta Amante 3 - Giovanne

Ibiporã, 08 de Setembro de 2013

Giovanne


É o riso que belo entorna nossa amizade, e por mais que eu sempre diga que o riso é falho, é bobo, nem sempre ele tem a função de distrair, ou fazer perder a concentração, às vezes ele é imponente, e às vezes nos coloca num novo rumo, ou num novo caminho, nos faz escolher a profissão, o que nos fará rir, ou nos trará prazer através do sofrimento, no meu caso inquietação do ser.
Essa reflexão do riso é na verdade um meio de chegar a ti, e de mostrar o quão importante tu te mostras aos outros, que aparentemente no delírio tristeza que sufoca a alma de qualquer indivíduo, uma graça, uma “risonheira” demonstração de afeto cura todos os males, os que ainda vão chegar até.
Eles não vêm. Muitas vezes sei que o riso tem seu papel “prevenidor”. (falar preventivo parece indício de doença). Uso os termos que mais me adéquam, por mais que não existam, assim como pensei que você não existisse quando vi pela primeira vez, pela primeira impressão, pelo primeiro amor afeto amigo que se formou; é sim, uma bela demonstração de amizade no eventual riso “prevenidor” que me causaste.
Não pense o contrário Giovanne, seu olhar risonho é importante aos outros, isso causa inveja, recalque, palavra essa da moda agora. Palavras de moda existem, pessoas também, seu olhar amistoso nunca sai de moda. Sua piada e sua sátira são ínfimas demonstrações afetuosas da missão que Deus lhe despertou. Animar os amigos, e fazer evitar aborrecimentos causados pelo aborrecimento que tu evitaste com o riso. Parece tão redundante, mas em qual aspecto devo abordar a sua característica mais sutil e ao mesmo tempo mais evidente? O seu amor se transporta na alegria, e no riso consequentemente.
Minha desvalorização da comédia é um indício de gostar das coisas que me incomodam e que mexem comigo, mas seu riso também mexe comigo de alguma forma, me inquieta a buscar sempre mais, o motivo para rir igual a ti, a alegria sincera, a companhia verdadeira, o amor rebuscado que já existe dentro de você e que eu ainda busco dentro de mim.
O seu riso é meu ideal de vida, e é por isso que te admiro, tanto, meu amigo, eterno, e “semproso”. Meus neologismos são a prova de que algumas palavras são indescritíveis em ti.
Por isso, agradeço a todos os risos provocados que me deste. E digo que termino essa carta sem terminá-la, deixando margem a um futuro texto, e indicando a infinitude das palavras combinadas; um poema:

A Luz,

A graciosa luz do vagalume
vagou por entre as vagas árvores escuras
iluminando o vagueado campo com vacas
e fazendo rir o menino pastor
descendente do maior pastor vaqueiro;
o menino Jesus Nazareno, a quem oram todos
os brasileiros mais ansiosos
pelo amor do desconhecido e vago
espírito de Deus.

 Uma música que me alegra               

  
Carinhosamente,

Leandro Benevides

Biografia: Florbela Espanca.

Apesar do áudio em português de Portugal, a sequência é ótima.

Minissérie em 3 episódios: Perdidamente Florbela




Episódio 1

Episódio 2

Episódio 3

sábado, 7 de setembro de 2013

Intimidade


Pensar, e viver e existir,
já que sou assim
me condene o mundo,
no eterno círculo,
no vicio mais que perfeito,
no tédio que se formou em mim.
Em você, enfim.
O meu íntimo clama
a minha alma completa,
que se é incompleta por inteiro
precisa da tua.

E desacredito, no amor,
no deus, no meu amor,
e no teu, que não existe,
que formo na mente
e a sociedade mente,
e tu és assim, reflexo dos outros.

Sem coragem continuo,
sem amor me parto,
e já dois, não sei definir
quem sou eu, e quem é você,
mas sei que vivo a preparar-me
para o triste fim. Imudável.


Em homenagem a Florbela Espanca

Carta amante 2 - Bruno

Ibiporã, 07 de Setembro de 2013-09-07

Caro Bruno

É com pesar que sinto a necessidade de dizer essas palavras, já que há pouco tempo nos vimos, nos falamos, é com pesar que sinto dizer o quanto a necessidade de ter você junto a meu corpo me favorece os dias e as alucinações depois dos pequenos cálices de álcool que me permito.
Sei que namoras e deve estar fatidicamente apaixonado, sim, isso mesmo, fatidicamente, mas devo ainda assim dizer que a traição nem sempre é ruim, você devia ser propriedade pública, patrimônio tombado da humanidade, aberto a visitas de segundas, quartas e sextas, Para que tenha um descanso entre os dias, e eu, obviamente me candidataria ao cargo de diretor da sua instituição.
Transformar-te-ei em objeto. Afinal, tu já o fez, quando tornou-se um símbolo dentro dos lugares que frequenta. No fim das contas, nada farei, apenas afirmarei e tombarei o objeto que já és.
A verdade é que seu sorriso me conquista, assim como seus braços e pernas e peito e costas, e bíceps e tríceps e Et Cetera;
Seus olhos são como a infantilidade ainda em vigor, a adolescência que parece não chegar, aos 15 anos que te bate a porta, e te considera a lei um quase maior, mas na verdade, é a sua inocência que me ilumina, que me faz com que preste atenção em ti e em suas fotos e em seus vídeos e em tudo que falas.
É com pesar que devo conquistar-te para que não fique mais nessa incessante vontade volúpia que aflora dentro de mim como uma doença. Sua namorada, seu amor terá você para sempre, por mais que o sempre seja curto, e assim eu peço a Deus. Amor adolescente dificilmente floresce. O amor é mais a convivência.
Sempre terá aqui um ligar para que convivas comigo querido.

Com o carinho de sempre.

Leandro.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Viste Deus no Homem? Eu vi.

Seria trágico se não cômico, a sua imperfeição. Seria como o amor que nasceu tão simples, e que se complica a cada dia, a tua face brilha tão inusitada. Mas não devo descrever como sua pele fica rósea ao sabor do sol. Devo pensar como farei para te agradar, para te atrair, para te fazer me ver, para que você preste atenção em mim, para que tudo isso continue de forma mais física e não tão memorial, preciso dizer que tudo que posso dizer de você é pura imaginação, ou uma memória futura inventada que funciona para mim como uma oração ao Deus todo poderoso que de poderoso ultimamente nada tem, ou então que pouco tem se importado. Como sempre fez, desde a criação dos anjos, que são imperfeitos e crueis, cujos governam o mundo em seu nome, pela sua preguiça, oras, não se entreguem ao medo de concordar comigo leitores. A prova é o dilúvio, ou as sete pragas do deserto, ou a torre de babel, e isso se a bíblia for realmente um relato fiel das coisas que aconteceram e não um monte de asneiras inventadas. Por fim minha busca por Deus tornou-se provocativa. Mas para que falar de Deus se posso te olhar, ele nem permite isso. Então tu és mais Deus que ele. Deus é um termo tão limitado, usaremos criador de agora em diante. Isso, criador é apropriado; Mas partindo do conceito de que você criou em mim esse sentimento horroroso que tenho atrofiando meus músculos cardíacos, tu és também Deus. Acho que Deus ao quadrado, tu além de permitir-me a visão de seu corpo (que por sinal é uma perfeição) ainda tem a habilidade criativa do criador. Repetitivo não? Deus também é repetitivo, e ninguém o culpa, vamos continuar, vamos continuar nosso romance memorial, fictício, lúdico, risonho e triste, porque não existe, assim como Deus.