quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Poemas do livro Homens são como crianças - Inédito.

O olhar luxurioso de deus


Meus olhos, meus olhos
que se alegram!
Quando veem a mim mesmo
Egoísta, luxo Desnecessário.

Tenho a luxúria sim,
dentro, no peito,
bate no lugar do coração.

Revivo cada dia.
Os olhos, os meus,
são luxuriosos, como o céu,

Como Deus.


Pedidos


Eu peço, peço como nunca
pedi.
Peço os beijos ,os abraços,
eu peço os seios, os fartos.

O carinho, a atenção,
a rotina, me dê a mão,
a sua.
Peço.

E meus pedidos se perdem
no meio da multidão.


Nas estrelas



Encontre lá.
Nos céus, perdida,
aquela estrela,
lembra a vovó não lembra?
No amor perdido do espaço!
Criado em sete dias?
Aponta lá mamãe!
Deixa eu ver também?
Posso até sentir o amor.
Deus?...

Carinhos abandonados.
Perdidos num abraço sem lógica.
Vindo ninguém sabe de onde.
Quem sabe pode ser dele?
Sim! Pode ser sim!

Esperava encontrar aquela noite.
Fiquei esperando horas
Horas e horas de estrelas cadentes!
A que eu esperava ainda não veio.

Continua lá.
Encontre lá.
Nos céus escondida,
Aquela estrela.
Que lembra a vovó.


Adultério mercadológico


Fui à padaria
comprar pão,
feijão,
amor com tesão.

Fui ao mercadinho da esquina jurar perdão
pela traição,
mas troquei o mercado pela padaria
por causa do meu amor
pelo João,

seu João português.

Um olhar luxurioso - Foto


Clipe genial, não podia deixar de compartilhar com vocês. - Midnigth - Coldplay


Carta amante nº 5 - Renan

Ibiporã, 27 de fevereiro de 2014.

Querido,

sempre te chamo assim, de querido, como se o amanhã fosse reservar alo especial que me fizesse ter a certeza de que poderei, amanhã, te chamar de querido. Há então nessa palavra certo ar aromático de café da manhã, de acordar, de cheiro de nozes e menta, e há também aquela esperança do acordar com a chuva trepitando na janela, no telhado, na casa no campo, e então olhar para você no meio do branco dos lençois e dizer, bom dia querido. É realmente essa uma palavrinha mágica. O sentimento mais puro que bota no meio do som das letras. Q.u.e.r.i.d.o. E eu posso entre tantas tentativa desesperadas de sonhar com você para realizar pelo menos na mente o sonho de amor impossível que me assemelha os devaneios do meio do dia, no meio do almoço, no transito, nos textos, nos beijos e abraços falsos, e todas as outras atividades que não são mais as mesmas porque você não me sai da mente em nenhum minuto. E porque é com essa carta que na verdade, ao invés de te chamar de querido, eu me despeço desse nosso amor irrealizável, impossível. Não dava para perceber antes disso o quanto isso é importante. Eu quero um amor, e você não pode sê-lo. Meu querido, meu sonho de amor juvenil, meu príncipe mais que perfeito do subjuntivo ou seja lá o que possa se tornar isso, a gramática está um saco hoje em dia. Meu lindo inspirador poético de meus dias atuais. Meu sonho mais tenro e justo dos anjos do céu. Meu querido. Quanta coisa expressa numa única palavra, além do sentimento vil e temeroso aqui no meio das pernas. Joyce te chamaria de flor empapada de chuva. Mas eu, eu... eu prefiro dizer que sonhos me aguardam nossas conversas tão singelas. Nossos trocadilhos mais dispersos. Nossos olhares nunca vistos. Meu amor à distância. Meu, meu meu, meu querido Renan... 

Com carinho.

Leandro.


quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Os sonhos, nossos, transformados

Eu fico aqui pensando em anjos
em beijos perdidos esparsos
meu corpo completo e pintado
escrevo poemas em toda a parte
na pele: no peito e nos braços
meu leito descansa deitado
os lábios amarrados em nuvens
os sonhos, nossos, transformados.

Eu fico pensando em anjos
tuas asas, teu corpo dourado,
tua pele, teu cheiro, meu lado
os juntos pelos da barba
seu leito me encara pelado
e seus lábios viris me preenchem
eu vejo as estrelas, planetas sonhados
nenhum será bom sem você
meu sonho, quem dera fosse seu
os sonhos, nossos, transformados.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Uma história de amor comum - Capítulo 1 - Minirromance

Então ele se virou pela primeira vez na vida, nunca olhava para trás, nunca, mas depois daquele encontro, não resistiu, e virou, virou para trás pela primeira vez. E o outro olhou para trás, pela primeira vez, olhou para trás.  Os dois se aproximaram no meio da calçada com todos passando.

_ Oi (surgiu meio dificultoso, meio tímido
_ Oi (esse mau se ouviu)
_ Tudo bem?
_ Tudo
_ (sem resposta ele fez uma cara de desaprovação, esperava uma pergunta reciproca)
_ Eu tive que olhar... Desculpa (meio se sentindo culpado, com medo de levar um soco na fuça)
_ Você é a pessoa mais linda que eu já vi (um sorriso vergonhoso surgiu)
_ Obrigado, você também. (ele pensou que era mais educado)
_ Você está bem? (nunca fui chamado de bonito)
_ Estou sim, obrigado por perguntar. (mordeu a língua, literalmente)
_ Tem telefone? (não, só o cachorro dele tem) (piada fajuta essa)
_ Tenho sim.
_ E não vai passar o número (acho que eu fui grosso)
_ (nossa que grosso!, acho que isso não vai dar certo) Desculpa, claro que sim, você quer sair comigo.
_ Sim, vou te ligar hoje a noite, posso? (ele é estranho, será que eu quero o telefone mesmo? mas quem não é)
_ Claro, eu quero mesmo que você ligue.
_ Qual o número?
_ 92345678
_ (tá na hora de molhá o biscoito... tenso, foda esse trocadilho tosco)
_ Lembra a música né... (acho que é melhor falar, ele riu)
_ Sim, lembrei dela, (risos abafados)
_ Te ligo, tchau.
_ Até então...

O dia dos dois foi diferente.


Continua em outra postagem.

Interesse

Hoje finalmente consegui olhar a lua, presa diante dos seus pés. Se não foi a luxúria, me mostra então o que foi. Eu acho mesmo que tudo começou quando eu disse que só te daria meu coração no dia em que você me desse a lua. Bem, você deu. E agora? Não funcionou, meu amor não nasceu. Nem da lua, nem do sol se você o fosse buscar. Eu morreria queimado e nada adiantaria. Meu amor não nasceu. O que é certo é a vasta informação do meu sentimento. Não, eu não consigo mais ficar com você. Eu não consigo olhar nos teus olhos. Eu não consigo dizer eu te amo. E novamente, você tem todo o trabalho de descer os milhões de degraus que entraram para o Guinness Book de 2012 como fazendo parte da maior escada do mundo. A única que chegava até a lua. De enrolar todo aquele cabo de oxigênio, de ficar parado esperando a gravidade não te matar de tontura. E mesmo assim, todo esse trabalho, só para ter a lua debaixo dos seus pés para absolutamente nada. Ainda não consigo transar com você. Pode ser uma simples questão de aparência, pensou nisso? Eu só falei da lua porque achei que você não fosse conseguir. Como eu poderia pensar. Eu preciso mesmo de outro tipo de cara. Não vai funcionar, eu e você. Não vai... Ou talvez, quem sabe se você me fizer ganhar na loteria? Isso, se eu ganhar na loteria eu fico com você.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Carta Amante 4 - Anouar

Ibiporã, 10 de Fevereiro de 2014.

Agora eu posso convidar você para me visitar, ou para eu te visitar, mais uma intimação que convite, um pedido na verdade para extrapolar as barreiras da minha carência. O seu cabelo ruivo que eu acaricio na mente. Só na mente, e desejo mais que tudo. Sua pele brilhante, seus olhos verdes a me condenarem pelos atos sujos que pretendo. Pretendo, pretendi, pretenderei eternamente. Essa sua juventude passageira não será motivo de impedimento. Pois o mais singelo dos abraços, e ao mesmo tempo, o mais completo e carinhoso e acalentoso pode vir de mim. Ceda-me seu corpo menino. Ilumine-me com a luz dos olhos teus. Seu eu serei. Eu quero ser todo teu, nu em pelo, o falo ereto, a pele rubrando-se para sempre. O carinho de tuas mãos deve ser o mais belo expressar de sonhos que alguém pode ter. Aprecio a tua alma que resplandece e exterioriza o que há em ti. E seja meu.

Divagações...

Quero ser a sua puta, a cavalgar noites e noites em teu cavalo branco. Por favor não deixei de sonhar comigo nunca. Não perca a sensação do pensamento. Se sentes nojo, este pode ser superado. Seus cabelos não me saem da mente. Apaixonei-me pelo vermelho nos últimos meses. E antes eu nem gostava dessa cor. Agora eu desejo o vermelho emaranhado aos meus, o suor me completando, encharcando-me. A vibração mais suja que pode vir de alguém. Dê-me seu corpo, o corpo do seu meu. O seus braços a me apertar de costas contra ti. Sentir o beijo velado na nuca. Oras, é nessa hora que vejo a lua caindo do sol, as estrela rodando na minha cabeça formando uma pequena órbita, os beijos saindo dos teus lábios e ganhando vida própria, eu sou louco? Não, é só um orgasmo. E depois eu vejo borboletas gigantes tentando passar pela janela e não conseguindo por causa das majestosas asas. E depois eu vejo seu corpo nu, ainda ereto, lambusado de mim. E eu lambusado de ti. E depois não vemos nada, caímos na cama sozinhos, o apocalipse e a jumenta falante. Tudo ao mesmo tempo, sem saber que na verdade, essas monstruosidades da minha mente não passaram de um devaneio. O devaneio mais real de todos os tempos, meu devaneio sexual com você.

Com amor, carinho e tesão. 

Seu...