terça-feira, 25 de setembro de 2012

Uma poesia e um segredo.


Você!

Sorriso!
Aproximação!
Bobo!
Indecência!
Apaixonados!

Querer!
Unidade!
Entrepostos!

Emparelhados?
Um!

Tamanho?
Estabelecer!

Amor?
Megalomania!
Orgulho!
?

Sim

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Porquinho da Índia - Manuel Bandeira


Quando eu tinha seis anos 
Ganhei um porquinho-da-índia.
Que dor de coração eu tinha
Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!
Levava ele pra sala
Pra os lugares mais bonitos, mais limpinhos,
Ele não se importava:
Queria era estar debaixo do fogão.
Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas...
- O meu porquinho-da-índia foi a minha primeira namorada.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Olhos revirados



Quereria seus olhos. Seus olhinhos revirados. Eles giram de um lado a outro, ou seria, caminham? Eles se deslocam procurando meu rosto. Eles me amam. Seus olhinhos revirados, rodando e rodando. Seus olhinhos brilhantes. Seus olhinhos de carinho. Seus olhos, pequenos abismos de imensidão. Dentro deles vejo animais rastejantes do deserto; olhando as estrelas. Eles giram e giram, os animais, no deserto. Estão revirados. Eles caminham? Seus olhos de imensidão. Azul do céu. Um quasar perdido no espaço. Um buraco negro de hipnose. Seus olhinhos revirados. Meu amor, os olhinhos do meu menino. Os olhinhos do menino que me tem. Quereria seus olhos. Quero. Arco-íris de paixão. Íris. Os olhinhos do meu menino, que giram e giram de um lado a outro. São os olhinho do meu amor. A luz das estrelas do deserto. Eles caminham?

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Do desejo


Talvez uma volúpia. Sim! Como se o mundo quisesse gritar, gemer de prazer. O mundo, sim! O mundo! Imagine o mundo como um grande corpo. Com uma boca, lá pelos lados do mar negro, ou seria mar vermelho? Isso depende de qual parte do corpo ficaria no oriente! Mas enfim, vejamos o mundo dessa forma. Qual seria a volúpia do mundo. Seu desejo? Talvez gritar. As fortes ondas de som que o planeta terra provocaria poderia empurrar as estrelas e quiçá a lua. Sem aquela companhia desagradável se escondendo em seu lado escuro. Todo mundo tem uma lua. E é do desejo do mundo todo, (das pessoas que nele vivem), que essas pessoas fossem engolidas pela grande boca do mundo. 

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Ação II

PS: "Ação I", no livro (in)completas, a partir de Novembro.


Queridos, quero escrever isso como uma carta. Não me confundam, não sou o escritor. Eu apenas sou alguém que não sei quem, como já dizia o poeta. E que está a procura exacerbada de um desabafo. Um meio para o qual tirarei uma dor muito grande do meu peito. Uma dor de amor, que não é amor, que de corno, mas o corno não sou eu. Pois é gente! Talvez esteja na hora de tornar os fatos públicos. Desamarrar as amarras. E ver o mundo de uma maneira mais leve. Enfim, vamos aos fatos: Conheci um ruivo no ônibus. Ele era muito bonito, do tipo de cara que se olha e fala, putz. Palavra nova inserida no dicionário pela boca do povo. É uma abreviação de PUTA QUE O PARIU! Expressão que denomina espanto, alegria, euforia, tesão. Eu olhei e disse. Putz. Naquele momento fiquei imaginando ele pelado. Era inevitável. Dizem que os ruivos metem bem. Não sei. Dessa fruta rústica eu nunca provei. Ou tinha provado. Já eu falo o porquê. Entrou no ônibus. Cabelos alaranjados, pele branca, barba larga. Um rosto milimetricamente reduzido a perfeição. Umas sardas, queria poder ter contado. Ele me olhou. E eu já o estava olhando. Virei o olhar, não vi o que ele fez. Mas estava meio que atrás de mim. Na diagonal. E eu conversando com uma ex funcionária de casa. Frequentemente olhava para trás, esperando encontrá-lo, e lá estava ele. Com uma mala branca e azul no chão. Chegando de viagem, talvez. Então, se colocou bem atrás de mim. Eu já estava até feliz, achando que ia ser encochado, (palavra que define o ato de colocar suas cochas sobre as cochas de outra pessoa, atracando-se sexualmente em tom menor, ou seja, de forma sutil). Estirei o bumbum para trás. E uma senhora o levou para a parte de trás do ônibus o empurrando. Fiquei a olhá-lo, por entre pessoas. Esperando que dele viessem alguns olhares furtivos. Mas deixei olhá-lo por distração, ou medo de acanhá-lo visto que algumas pessoas já estavam encarando nossa relação. Surtei. Não havia relação. Por favor. Minha mente traiçoeira! Quando o procurei, não o vi mais. Ele havia sumido. Pensei, desceu em algum desses bairros. Toquei a vida, pensando naqueles pelos ruivos. Será que são todos assim? Ruivos metem bem. Agora sim, afirmação. Porque no outro dia o re-vi. Estava lá, na fila do banco, enquanto que eu pagava contas. Saí do caixa, esperei que ele saísse do banco, para seguí-lo, meio de longe, distante. Dito e feito. Saiu do banco. Começou a andar e me pus atrás dele. Ele se virou e me viu. E continuou a andar. Até que passando entre ruas e ruas e ruas. Entrou numa casa, e ficou a porta, sem camisa. Aquela pele branca, e eu passando em frente, olhando-o discaradamente. Ele colocou o dedão da mão direita no cós da calça, abaixando-a, deixando a mostra todos os pelos ruivos. Eu surtei. Entrei na casa. Um cachorro veio em minha direção, congelei. Ele afastou o cachorro e sem dizer uma palavra, me guiou até a sala. Tirou a calça, e só de cuecas, me ofereceu uma bebida. Aceitei, meio zonzo. Nunca havia me ocorrido nada do tipo. Esperei que o amor não viesse. Então retirou minha camisa com seus dedos. Beijou meu corpo e minha boca. Jean. Até que enfim, um nome. Lindo. Coloquei minhas mãos sobre ele. Retirei minhas calças. Jogamo-nos no sofá. E ali, sim ali. Coloquei tudo que havia em mim a trabalhar. Boca, mãos, corpo, pinto, cu. Agora sim. Ruivos metem bem. Afirmação. (Repetição espontânea). Quero o mundo em mim. Queria ele para sempre. Vamos nos encontrar hoje. Para um jantar. Nunca esperei conhecer um namorado no ônibus. Quanta trairagem. A vida é traiçoeira.

Obrigado por ler meu desabafo.
Estou profundamente agradecido.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

O tempo do amor


Aquilo era o inferno, as almas estavam espalhadas no chão, pessoas na lama. Pedindo misericórdia. Aquilo tudo, cena horrenda, podia ser vista dentro do coração do menino. Perdeu seu amor. Não sabia se era ou não o verdadeiro. Não sabia se iam se encontrar novamente. Apenas sabia que aquilo era doloroso. Queria encontrar alguém ainda melhor, mas achava impossível. Demorou tanto para que tudo acontecesse. Em pouco tempo, tudo terminou. É terrível realmente. Em algum tempo, pensa que tudo foi melhor assim. Que logo outro virá. Que esquecerá. Em outros, pensa que nunca mais encontrará ninguém. Era amor de verdade. Pelo menos para ele. Retribuição? Dúvida. Amor? Existe? Só por nós mesmos; E o famoso idealista que dizia: Amais ao próximo como a ti mesmo. Era idealista. Os que amam, sofrem. Penúria. Os que amam, sofrem. Há mesmo Shakespeare entre nós. Queria que houvesse. Um Romeo, o ideal de amor perfeito. Queria que houvesse. Já que não há. Contentar-se-á com os que aparecerem, os Romeos. Com vicios, virtudes, os loucos, os apaixonados, os frios, e os quentes. Cada um é um. O tempo dirá. E talvez é aí que está o problema do sofrimento no amor. O menino não deixou o tempo falar, ou então não o consegui ouvir.