quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Transcendente sonho

Muito bem, agora estão sonhando comigo. “os desiludidos do amor”, e eu que sou um deles... estamos morrendo, desfechando tiros nos nossos próprios peitos. Salve Getúlio, corajoso e grande desiludido. Apesar de parecer alegre, não é bom sonharem comigo. Não está aqui, no plano real. Platão era um grande sonhador, e nunca saiu do plano das ideias: ficou preso lá, é um inferno, uma realidade paralela. Divido comigo mesmo os meus anseios por um amor tão perto e tão distante. Distante por opção. Perto porque é possível, realizável amor. Muito bem, agora estão sonhando comigo. Ouço “só se for a dois” e peço que os sonhos se tornem reais. Deixa eu inventar algo fora da mente? Estão? Sonhando comigo? Isso é bom, refaz o meu ego, o meu plano sentimental, ressurjo no espírito, em crenças e divindades eu apareço, chamo-te a um paraíso diferente... Um paraíso, carne e prazer, olhos serenos, as águas mornas que correm pelo nosso corpo, a volta de tudo, e nos acalentam. Os seus pelos e os meus lábios, em sintonia. Musicamos juntos “tantas histórias de um grande amor perdido, terras perdidas precipícios”. E voando juntos, levados pela água de Yemanjá, e por anjos, ao altar, onde Cristo nos espera, e filhos e querubins, e outros lindos amores, sentados em praças floridas. Meu sonho é assim com você, e só poderia ser. Porque o amor é transcendente, e porque eu te amo, sem ter você. Muito bem, agora estão sonhando comigo. Sonhe, mas não me deixe no vazio das esperanças mundanas.