terça-feira, 4 de março de 2014

tristes estações

Os dias são tensos...
escuros, energúmenos transeuntes.
São nublados, petrificados,
são tristes, a nebulosidade é o começo.

As noites tão supremas, no iluminar noturno,
no som que se apresenta,
nos grilos a tocar sinfonias barrocas,
no mato a tintilar, e a coruja que me encanta.

As noites vivo, abundantemente.
De dia,  penosamente sobrevivo.

Nas noites os amores são formados.
Nos dias, o suor, o cansaço.
Aqui no fim do mundo, um beijo enevoado,
do meu tenso trabalho, meu peito entrecortado.

Me beije o luar, pois o sol me mata, me tortura.
a fome vai embora, o beijo se demora
o sono que me apressa, nem sempre me regressa
aos bons tempo de criança, sujando a boca, vitória!
do pequeno time da rua, das disputas mundiais.

Tudo isso na infância, na adultice,
que chatice, o dia é só desgosto, rezo
vai embora, não prolongue
e a noite vem, linda e uniforme, 
e eu peço só, beije-me meu amor
Embebeda-me, minha alma, há muito tempo, dorme.


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