quarta-feira, 5 de março de 2014

O último discurso

Meu sonho não é eterno,
Minha alma que é tão sombria,
O mais triste fim me aguarda.
Esse mundo estranho e fétido.
Esse beijo podre do diabo.
Minha alma sombria, minha luz que se esvai...
eu não beijo, não deixo, seu sonho vai...
nosso corpo entorna,
o seu seio me enforca,
e tudo continua triste...

Eu não vejo, não ouço, não tento...
não quero mais, basta me despedir de todos...
acho que a solução não é feliz, afinal.
Não tentem me impedir, pois só a morte,
limpa, tenra, sagrada, me retirará a dor
de nunca ser tão completo,
de sempre estar abandonado
pelos homens do nosso tempo.

Os falsos estranhos homens do nosso tempo.
São eles os culpados. Eu não aguento mais.
Tanta injustiça. Mas vai acabar, em lamúrias vai acabar...
Em choro vai acabar. Logo logo vai acabar,
o beijo vai embora, o cheiro vai embora, nada vai ficar...
nem a lembrança
nem a poesia
nem o sonho,
tudo vai para nunca mais voltar. Afinal,
somos todos tão frágeis.
Quem se importa?

Acho que vou embora
tudo vai acabar,
nada vai ficar.
Vou me matar...

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