sábado, 11 de janeiro de 2014

Relato de um ex-anjo

Meu caminho é na escuridão latente, a alma parece corroer-me em desespero. Quantas dúvidas se formam em minha cabeça. Se a tua ainda é pouca, pensamentos em esporádicos momentos. Se tua cabeça ainda é pouca, poucos momentos de luz e sentimento. A minha se corrói de tanto pensar, e de sentir, e se misturam meus dias aos meus sonhos, e tudo vira uma confusão que não termina nunca. Aquele sentimento ruim que me toma. Não se dissipa. Meus pesadelos me comovem, são almas sombrias me possuindo. E me acho o pior ser do mundo. A terra a minha volta se forma escura. E as flores secaram. Um abismo parece preceder o fim do mundo. E eu sou tudo e sou nada, no vazio imenso desse mundo de almas claras. Aparente perdão que me consome, vem do único ser que me amou. Promessas vazias. E o sentimento que enterrou aqui são farsas estúpidas promessas de um sentimento que não chega nunca. O amor que ninguém conseguiu descrever é na verdade o sentimento que nos coloca abaixo da linha divina do ser humano. Nossa divindade se esvai. E não é atoa que anjos perdem suas asas ao se apaixonarem por humanos. Em todas as mitologias isso me precede. E eu sou assim. Me apaixonei no momento errado, e tantas divagações que me surgiram me levaram a ser um humano no momento do juízo final, quando o mundo se esvai em terra e pó. E ao pó retornarás. Disseram-me. Deixei a eternidade por duas horas com meu amor. E não me arrependo ao ver minhas asas ao chão. 


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