sexta-feira, 24 de maio de 2013

TEXTÍCULO IV


Me sinto só, tão só quanto a última estrela que sobrou em toda a galáxia depois da explosão do sol. Se o sol explodiu? Onde é que você tava? Não estava não, eu estou só... Tão só quanto a última flor do deserto. Mas deserto não tem flor, tem sim, eu desabrocho no primeiro sinal se tu quiseres, cheio de mim, arreganho-me, em posicionamentos nada éticos deixo a solidão como quem abandona uma doença. E me vou aos seus braços. Me sinto só, mas sem sol, sem vida, e sendo a última estrela, nem brilhar parece satisfatório, por isso, apago as luzes. Não preciso de holofotes, não sou um show. Não sou um monumento, nem um objeto. Sou eu... A última estrela do deserto, que procura uma flor para iluminar todo o sabor do sexo. 

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