A pele branca, os pelos soltos,
carne na carne, em vãos sonhos se entregam os amantes a luz do abajur. Pouco
aceso. Luz fraca. A volúpia se torna frequente, intensa, em pouco tempo o
movimento se transforma, vira uma pintura, uma música, uma dança. Havia música,
um ciello cheio de vida e melancolia, ouvia-se o respirar ofegante do musicista
que não desafinava. Nossos olhares cruzando-se em véus de calor. Os poucos
minutos juntos eram suficientes para que nós pudéssemos ser felizes. Ali, num sofá,
jogados na sala, ao lado do vinho. A luz do abajur apagou sozinha. Ficou uma
velinha acesa. Jogamos o livro para longe, e reconhecemos o amor.
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