sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Sobre o transformar-se - poema e prosa

Olha, eu to lendo livro novo, de poemas, do Caio, isso mesmo. Do Caio, lembra quando o mendigo perguntou o que eu estava lendo e eu mostrei com toda pretensão o Triângulo das Águas, e então ele perguntou: Você gosta desse Gaúcho? E eu dei o livro de presente para ele, porque eu não sabia que o Caio era Gaúcho, achava que era Curitibano, como o Dalton, ou o ... esqueci o nome dele... meu deus, qual era mesmo?

Então ele me olha e sorri – em meio aos nervos de minhas descrições ele sorri calmamente, abrindo os lábios em câmera lenta. E me vêm a mente.

Seus são os olhos curtos cerrados.
Dos espasmos entrecortados,
dos castanhos mares em que mergulho.

Teus beijos são únicos molhados,
espero espaços naufragados
em poesias do frio de julho.

Teu amor, como em animais enjaulados
encontrou meu coração tentaculado.

E agora, limpou minha alma
O que era barulho agora é calma
O que era entulho agora é lassa limpeza
Era pedregulho, agora é jardim, é beleza.

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