sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Podre



Ontem eu morri, por dentro. Morri de agonia, de tristeza. Não ria da minha solidão. Não é piada. Ontem eu morri de amor, pelo que não tenho. Assim, sofri. Eu não tinha amor. Hoje eu quero morrer de novo, aos poucos, sonolento, sem sentir o peso da morte, ou seu beijo. A não ser que seja doce, o beijo da morte. da cúpula doentia de concatenações. (morri). Se me vejo no velório, bem, se não, amém. Hoje eu morri, meu corpo aqui decompõe. Sujo. Dentro dele, nada mais que barrigada. Um coração podre. Um cérebro inutilizado. Pernas que não voarão nunca mais. Junto de mim, estão meus princípios. Amanhã morrerei, de novo, para renascer quem sabe, da fétida conclusão de meus sentimentos. Saberei amar novamente? Depois de tantas e tantas conquistas decepcionantes. Ai, que vontade morrer!

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