domingo, 8 de maio de 2016

Inóspita, a chuva. (Parte I)

Era chuva, o céu nublado entre prédios e neblina. Fantasiosa a neblina que surgia profunda no céu espesso. Estava longe de tudo, sentia-se sozinho enquanto caminhava a noite, nas ruas vazias da pequena cidade, quase um vilarejo abandonado entremeio à garoa insistente. O vento frio batia no rosto, a língua transpassava o lábio queimando-o de frio. O expediente acabou assim como o seu ânimo. Batia as mãos na perna exalando o frio e criando um ritmo frenético para seus pensamentos. Cantarolava. Ouvia uma canção escocesa desimportante na mente. Tocava os agudos o seu coração. De longe via a sombra, que caminhava em sua direção, as luzes da rua refletiam sua sombra até perto dele, era alto (não) ? Era homem. Sentio um frio percorrer seu corpo. Medo. Agia corretamente, ir até ali? ou afastar-se? Era mais seguro. Continuou, o medo em perspectiva o fascinava, precisava sentir a adrenalina. O estranho foi se aproximando, aproximando, aproximando, demorou pouco para que sentisse o cuidado do olhar alheio atravessando todo o seu corpo. Os dois se cruzaram no pouco espaço da rua vazia. Continuaram sem olhar para trás, e mais uma vez, deixou a oportunidade de deixar de estar sozinho na chuva ir embora. Era seu mundo. A solidão do todo úmido naquela noite.

Será que eles se encontram novamente? Acompanhem mais postagens.

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