terça-feira, 6 de agosto de 2013

Ao senhor M.F.B.

Posso não ver poema
na singeleza do olhar
bobo.
Nas expressões, que ora sim
ora não, parecem vazias.
Mas vejo o poema,
não na essência, mas
na simplicidade
da compreensão de ti.
Belo, com os olhos vertentes de escuridão,
negros como a noite sem luar.
Na pele das origens do nosso povo
rico.
No andar meio moleque
entre o descuido e a pretensão.
Eu posso ver o poema
no certo desejo, que entretém
algumas e alguns, entre os anjos.
Do teu Deus, ou o meu
vejo o poema nos caminhos
que cruzaram-se
despretenciosamente
na mais culta, e lasciva
demonstração da volúpia humana.
Vejo o poema em ti,
no certo ou no errado,
no que me mantém acordado
a noite, lembrando dos seus olhos
negros como a noite sem luar.



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