segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Mortálias

A morte é fria, sonolenta.
Enquanto chora a mãe, grita vitoriosa.
Oh... Bravo! A arte divina.
E canta glórias, para os rostos pálidos.
E sofre a gélida pele da alma.
Podia ser eu! Se ouve aos pés do corpo.
Eu que deveria estar ali. Minha vida sem sentido.
Sem teu amor, guria...
Para o eterno choram. Os namorados sonolentos.
...
Eu tinha quatro amigas... Gritam o interior das menininhas.
E choram desconsoladas.
A morte é fria, sonolenta.
Só não será sonolenta a noite do parente.
Só não será fria, a paixão por quem se foi.
...
Do luto brotam mortálias.
Flores de cheio forte.
Que terão raízes, no solo fecundado, pelos corpos esguios.
Esse perfume nunca apassentará nenhuma mãe
da triste noite em Santa Maria.
A morte é fria, sonolenta.
Carrega as almas de jovens queridos.
Pêsames...



do autor, para as famílias e amigos das vítimas de Santa Maria

Nenhum comentário:

Postar um comentário