quinta-feira, 11 de julho de 2013

Textículo V – Carta ao futuro amor


Queria eu ter a beleza do seu corpo, mas está longe de mim, como se a distancia fosse um obstáculo impossível, como se o mundo todo não deixasse que eu te visse. Meu amor se congela no peito, e nenhuma guerra transformará minha vontade. A tua bondade é tão infinita, o teu carinho é tão doce, sua pele tão branca e a barba tão macia, me trata apenas como um príncipe destronado, parece ter pena. Nasci no destrono. Amor meu. Não me faça escolher nesta carta o amor ou a morte, eu não sei dizer o que se parece mais com a nossa relação, se você não me deixa feliz penso estar morto, esquecido; mas ao mesmo tempo me sinto amado e adorado, e de longe, e mesmo de longe eu consigo sentir a alegria que me dá vida, e que brota como uma orquídea rara no peito fraco. Meu coração que bate vagaroso não se limita a mim, parece expandir-se até você, como se nosso espírito fosse um, e nossa alma (mesmo no singular) demonstrasse qual é a necessidade que sinto tanto, o meu amor morto, que parece nunca renascer.



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