Nasceu um menino. Ele tinha olhos
especiais. Via o que ninguém conseguia ver. Era um menino especial. Ele via os
homens todos diferentes uns dos outros. No modo físico mesmo. Ele via um verde,
um amarelo e um azul. Um com nariz comprido, outro pendurado, outro com boca rústica
e outro meio sem boca, um com cabelos de macarrão e outro com fios de seda. Ele
via uns gordos e uns magros. Ele via uns muito muito altos e outros muito
baixos. Mas nós não vemos isso. Todos são iguais. Todos têm ao menos a mesma
forma no nariz e na boca, ou pelo menos isso. Ele não aprendia a falar nada
porque ouvia cada homem usar uma língua diferente. Ele não comia porque cada
homem descrevia a comida de um jeito. Era como se o mundo fosse uma torre de
babel constante, mas apenas ele percebesse a diferença. Era como se nós
fossemos cegos para os outros. E éramos. Nós nos entendíamos, por exemplo; Se
um falava uma língua e outro outra, o um entendia sua língua quando o outro
falava outra e vice versa. O outro via a aparência do um igual ou semelhante a
dele. Enquanto que o menino especial via cada coisa de uma forma diferente.
Aconteceu que o mundo era louco. E o menino morreu de fome.
sábado, 20 de outubro de 2012
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
quinta-feira, 11 de outubro de 2012
Poema da frieira
Acordei com uma frieira.
Minha única companheira
nas coceiras do dia a dia
Oh frieira querida
Oh frieira amada
Deixa eu coçar-te
Amar-te em adorno aos dias
As luas que não surgiram
Nem aos sóis que virão, quem sabe!
A minha amada frieira
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